domingo, 27 de junho de 2010

REFLETINDO SOBRE A DÉCIMA SEMANA DE ESTÁGIO

Percebi nesta semana que o trabalho realizado com o jornal vem ajudando os jovens e os adultos a perceberem o mundo a sua volta e sobre os acontecimentos da atualidade. Diante de tantas transformações que estão acontecendo, como a exigência de novas competências do trabalhador, faz se necessário que o professor altere sua dinâmica, ou seja, uma educação baseada num processo de ação-reflexão-ação. Propor atividades de modo a tornar possível a análise crítica dos discursos presentes nos textos jornalísticos é fundamental para que os alunos possam identificar valores, ponto de vista e possíveis interesses políticos e econômicos.
Segundo Paulo Freire a leitura do mundo precede sempre a leitura da palavra. Ao mesmo tempo, nos esclarece que a leitura da palavra é precedida da leitura do mundo e também enfatiza a importância crítica da leitura na alfabetização, colocando o papel do educador dentro de uma educação, onde o seu fazer deve ser vivenciado, dentro de uma prática concreta de libertação e construção da história, inserindo o alfabetizando num processo criador, de que ele é também um sujeito.

REFLETINDO SOBRE A NONA SEMANA DE ESTÁGIO


Ao chegar à escola dia 7 de junho à noite, deparei-me com uma multidão de pessoas na escola e em minha sala três professores. Fui até a secretaria verificar o que estava acontecendo. Avisaram-me então que estava ocorrendo à entrega de boletins para o diurno e todas as salas estavam sendo ocupadas. Sendo assim os alunos da EJA estavam sendo avisados para subirem para a sala de vídeo assistir ao filme Lula, o filho do Brasil. Na hora fiquei furiosa pela falta de comunicação da escola, penso que poderiam ter me avisado na sexta-feira. Mas ainda bem que o filme compensou a troca de planejamento.
Refletindo sobre o uso de filmes na Escola penso que deva ser um espaço em construção de saberes vivos e dinâmicos e que faça sentido para quem ensina e para quem aprende. O processo de ensinar e de aprender é dinâmico e mutante, sendo professor também um aprendiz e o aluno também um transmissor de conhecimentos. Mas, só com uma ação reflexiva o trabalho pedagógico estará a serviço da transformação do homem em ser humanizado e humanizante.

REFLETINDO SOBRE A OITAVA SEMANA DE ESTÁGIO


Trabalhando com Charges


Refletindo sobre o trabalho com charges nesta semana, pude perceber quanto este recurso é importante em sala de aula, pois conhecer outros discursos, debater sobre a realidade e ter novas maneiras de expressar uma opinião, estando atualizado com o que está acontecendo ao seu redor contemplam as palavras do grande educador Paulo Freire que diz:“O processo de aprendizagem na alfabetização de adultos está envolvida na prática de ler, de interpretar o que lêem, de escrever, de contar, de aumentar os conhecimentos que já têm e de conhecer o que ainda não conhecem, para melhor interpretar o que acontece na nossa realidade” .

REFLETINDO SOBRE A SÉTIMA SEMANA DE ESTÁGIO

Refletindo sobre as atividades da semana percebo que alfabetizar adultos é uma tarefa difícil. Repetir com os adultos o que fazemos com as crianças é reforçar uma condição de subalternidade do adulto, fazendo-o regredir à condição de criança, ignorando todos os sentidos, o conhecimento, a maturidade, seus valores, as experiências já vividas por eles, como se isso nada valesse para o aprendizado. É como reafirmar a negação do direito de estudar a qualquer tempo e por toda a vida. Devemos refletir sobre os conteúdos, a metodologia e os materiais para que eles estejam de acordo com as necessidades e os interesses do mundo adulto com larga experiência de vida e conhecimentos diversos. Concluo com um pensamento de Tiago de Mello, que diz: Não, não tenho caminho novo. O que tenho de novo é o jeito de caminhar...

REFLETINDO SOBRE A SEXTA SEMANA DE ESTÁGIO

A semana iniciou com muita chuva e as consequências se refletiram na sala de aula. Na segunda-feira tivemos poucos alunos, pois muitos deles moram em torno da extensão do trem e em locais onde as ruas estão sendo melhoradas e em consequencia não conseguem sair de suas casas devido ao barro que toma conta das ruas. Na segunda-feira, então prosseguimos com o estudo do texto Canção do Exílio onde as palavras e a poesia chamou muito a atenção dos alunos. A elaboração da poesia foi sugestão de um aluno que me pediu que fizéssemos uma poesia assim. Aí a partir de uma estrofe da poesia solicitei que criassem o seu poema pensando no lugar onde moram.
A valorização cultural com ênfase nos aspectos culturais locais de cada região e a busca da solução de problemas locais de interesses do grupo, reflete o que Paulo Freire nos coloca :

“... um ser de relações “temporalizado e situado”, ontologicamente inacabado –
sujeito por vocação, objeto por distorção -, descobre que não só está na realidade,
mas também que estão com ela (...) o homem e somente o homem é capaz de
transcender, de discernir, de separar órbitas existentes diferentes, de distinguir o
“ser” do “não ser”; de travar relações incorpóreas. Na capacidade de discernir
estará a raiz da consciência de sua temporalidade, obtida precisamente quando
atravessando o tempo, de certa forma até então unidimensional, alcança o ontem,
reconhece o hoje e descobre o amanhã” (FREIRE, 1983, p. 62).

REFLETINDO SOBRE A QUINTA SEMANA DE ESTÁGIO

Nesta semana que iniciou recebi a aluna Selma no grupo da alfabetização. Percebi que ele está no nível silábico, isto é percebe o som das sílabas mais significativas nas palavras e utiliza uma letra para cada sílaba. Com este grupo de alfabetização trabalhei com palavras que já havíamos construído anteriormente. Escolhemos, também, o nome da Dona Selma para trabalharmos. Disse que uma palavra é formada por partes, dei o exemplo de uma casa, uma palavra também é assim. Vejam o nome da colega Selma. Ao juntarmos as letras L e S com as vogais, teremos novas sílabas. L- la, le, li , lo , lu, S – Sa , Se , Si , So, Su. Após a explicação teriam que procurar palavras, em jornais ou revistas, que começassem com as sílabas (LA/SA) e colassem no caderno.
Segundo Paulo Freire o método de educação deve ser construído em cima de idéias de um diálogo entre educador e educando, onde há sempre partes de cada um no outro, não poderia começar com o educador trazendo pronto, do seu mundo, do seu saber, o seu método e o material de fala dele.

REFLETINDO SOBRE A QUARTA SEMANA DE ESTÁGIO


Nesta quarta semana de estágio já posso dizer que já estamos criando vínculos de amizade, pois percebo os rostos alegres quando chego à escola. Nosso momento da leitura, também, já esta evoluindo não preciso convidá-los para retiraremos os diversos tipos de textos, já o fazem com satisfação e até ficam com eles mesmos quando o espaço, para leitura, já tenha terminado. Percebo isto no aluno Haroldo de 55 anos trabalhador da construção civil que mesmo que eu peça para concluirmos a leitura ele prossegue, porém outros não encontraram valor na leitura. Segundo Paulo Freire (1998) esses alunos precisam ser conscientizados da sua condição de vida e de trabalho na sociedade em que estão inseridos, pois esse ato é um dos meios pelos quais lhes será possibilitado à participação na luta pela melhoria de vida. Sabemos, ainda, que outros fatores são responsáveis pela rejeição que alguns alunos da EJA enfrentam ao estudo de texto, por exemplo: cansaço físico, alimentação inadequada e outros não possuem acesso a leitura. Procuro algumas vezes deixar os alunos livres, sem cobranças, em relação à leitura que realizaram, para que encontrem seus caminhos e o prazer da leitura. O momento da leitura da segunda-feira foi regado a bolachas doces o que teve uma recepção muito boa pelos alunos, pois alguns deles vêm direto do trabalho para escola.