domingo, 28 de novembro de 2010

SÉTIMO SEMESTRE - EIXO 7

Neste semestre a disciplina que mais me chamou a atenção foi a interdisciplina de LIBRAS, pois aprendi que a linguagem de sinais não é somente mímica e gestos. Era a minha visão antes. As pessoas surdas apenas se diferem na forma de comunicação e também carregam marcas, fortes, da sua cultura como todos nós. Penso que nos diferencia pode vir nos aproximar, sou negra e sei o quanto é forte a discriminação, muitas vezes é preciso quebrar muitos estigmas para que a convivência seja mais natural possível e com a comunidade surda não deve ser diferente. Nas leituras que realizei pude aprender que é preciso estar disposto a observar os gestos, o movimento dos lábios, buscar referências nos símbolos da cultura para se fazer entender e colocar-se frente a frente, pois o visual é muito importante.
A linguagem que os surdos utilizam para se comunicar possui gramática específica e própria e essa língua não é universal, pois, cada país possui a sua língua de sinais, conforme sua cultura. No Brasil utilizamos LIBRAS - Linguagem Brasileira de Sinais.
Na interdisciplina de Linguagem e Educação pude compreender que uma proposta adequada, para o domínio do sistema da escrita deve ser alfabetizar letrando,conciliando a apropriação do sistema alfabético-ortográfico em condições que possibilitem o uso da língua nas práticas sociais de leitura e escrita. Trabalhar com diversos materiais (panfletos, revistas, livros, dicionário, cartazes, leitura de placas, receitas, etc.) na tentativa de aproximar as práticas de leitura e de escrita para a realidade dos alunos, favorecendo assim experiências culturais ricas e importantes para a integração social e o exercício da cidadania.
Soares (1998, p. 39) confirma o que diz no texto de Dalla Zen e Trindade: “Letramento é estado ou condição de quem não só sabe ler e escrever, mas exerce as práticas sociais de leitura e de escrita que circulam na sociedade em que vive, conjugando-as com as práticas sociais de interação.
Na interdisciplina Didática, Planejamento e Avaliação pude constatar que elementos da pedagogia do Comênio ainda são encontradas em nossa prática pedagógica. Um exemplo disto é o respeito à capacidade do aluno, a valorização das experiências do aluno, o realacionamento fraterno.É interessante constatar que Comênio já em seu século, XVII, trazia uma amplitude e profundidade sobre a visão das práticas pedagógicas.
A interdisciplina Educação de Jovens e Adultos foi de muita importância , pois acabou sendo a principal responsável pela minha opção de estágio na EJA. Toda a pesquisa de campo realizada nesta interdisciplina me possibilitaram ter uma visão de quem são, na grande maioria, estes educandos que frequentam a EJA- A Educação de Jovens e Adultos. Segundo Oliveira( 1999, p.1 ) é fundamental perceber quem é este sujeito com o qual lidamos para que os conteúdos a serem trabalhados façam sentido, tenham significado, sejam elementos concretos na sua formação, instrumentalizando-o para uma intervenção significativa na sua realidade de vida.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

SEXTO SEMESTRE- EIXO 6

Neste eixo, o destaque para mim foi a interdisciplina das Questões Étnico –Raciais . Ao estudar o texto “Auto Imagem e Auto Estima na Criança Negra: Um Olhar Sobre o Seu Desempenho Escolar”, de Marilene Pare, percebi a complexidade que envolve a identidade. Observei o quanto é urgente que nós, professores, possamos retomar o processo da construção da identidade negra em nosso país, valorizando e levantando polêmicas na escola, sobre a história deste povo tão maravilhoso, levando-os a conhecer uma história de lutas, de heróis, de reis, de líderes e de uma riqueza cultural imensa.
Quando todas estas questões forem tratadas com o devido merecimento e respeito, talvez não seja constrangedor para uma criança negra falar sobre a sua ancestralidade , pois sua auto estima com certeza estará elevada.
Nas interdisciplinas Desenvolvimento e aprendizagem sob o enfoque da psicologia II e Educação de Pessoas com necessidades Educacionais Especiais pude perceber uma relação profunda entre estas duas disciplinas. Pude perceber também a importância das escolas proporcionarem, aos professores, momentos de estudos para que possam trabalhar e compreender melhor estes alunos com necessidades especiais.


“Certamente, um professor que engendra e participa da caminhada do saber "com"seus alunos consegue entender melhor as dificuldades e as possibilidades de cada um e provocar a construção do conhecimento com maior adequação (MANTOAN, 2003, p. 77).”

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

QUINTO SEMESTRE - EIXO 5

Neste semestre destaco a interdisciplina Psicologia da Vida Adulta, pois ela foi fundamental na realização do meu estágio, que ocorreu na Educação de Joves e Adultos - EJA . A disciplina de Psicologia contribuiu para que eu pudesse buscar maior compreensão acerca do desenvolvimento psicológico dos sujeitos em diferentes fases do seu desenvolvimento, estudar Erikson foi interessante pois esse nos mostra que a medida que o sujeito vai avançando nas fases de seu desenvolvimento, também sua personalidade é capaz de mudar, isso ocorre porque o homem é um ser social, logo as mudanças ocorrem por conta das suas relações sociais, que são formadas primeiro pela família, escola, amigos, com ele mesmo e sociedade e nessa caminhada a personalidade vai sendo moldada ou recebendo interferência do exterior.Sendo assim, é possível ver diferentes personalidades dentro de uma mesma família.
O estudo sobre a gestão democrática na escola, me deu a dimensão de quanto algumas escolas precisam avançar na questão da participação da comunidade na gestão escolar e na tomada de decisões. O mesmo pode ser dito do Projeto Político Pedagógico - PPP que deve ser construído com todos que fazem parte da comunidade escolar, pois só assim haverá uma escola para todos e uma gestão democrática.

QUARTO SEMESTRE - EIXO 4

Neste semestre as interdisciplinas de matemática e de Estudos Sociais foram um desafio. Principalmente a de matemática, que sofri desde pequena, pela falta de entendimento e criatividade dos professores em ministrar estas aulas. Mas , agora, depois de muito tempo vi que a matemática não é um bixo de 7 cabeças e que ela faz parte da nossa vida, do nosso dia-a-dia e que pode ser ensinada de uma forma lúdica e prazerosa. Na disciplina de Estudos Sociais pude perceber o quanto é importante conhecer a nossa história de vida , acompanhando momentos significativos da nossa sociedade, podendo perceber que não existem fatos isolados como me era ensinado no meu tempo de criança. Construir a minha linha de tempo foi fazer uma reflexão que até então nunca havia pensado. Ri , chorei e me emocionei. A interdisciplina de Ciências também foi muito interessante. Gostei muito da atividade que nos foi proposta que era uma análise de nossas representações de natureza. A atividade tinha com objetivo avaliar nossas concepções desde a infância até os dias atuais de alguns objetos. Pude perceber que represento algumas coisas exatamente quando criança. Foi muito interessante ver a ciência como um objeto de reflexão e ação.

TERCEIRO SEMESTRE - EIXO 3

Este semestre, para mim, foi muito significativo visto que as interdisciplinas oferecidas me fizeram viajar ao meu tempo de criança. Cantar, fantasiar e sonhar. Na disciplina de Artes Visuais ir a Bienal, com as colegas foi um momento único além de poder ver as obras que ali estavam com um olhar acadêmico e entender que tudo é arte, só depende do nosso olhar. Percebi, que neste semestre, todas as interdisciplinas estavam interligadas e possibilitaram a realização de aprendizagens significativas e de forma lúdica. Na disciplina de Artes visuais, pude compreender também que a arte serve para refletir, questionar, sentir prazer, inventar uma nova realidade e principalmente entender o ser humano.Na disciplina de teatro, a qual não tenho muita afinidade, pude perceber o quanto o teatro tem papel importante na aprendizagem dos alunos, pois proporciona a memorização e a expressão oral, a interação com o grupo e principalmente a inclusão. É também uma oportunidade do educando externalizar suas inquietudes, raivas, dores, medos toda forma de sentimento na busca do equilíbrio na relação com o outro. A disciplina de Ludicidade e Educação além de nos mostrar o valor da brincadeira, que sempre apostei mesmo não estando na academia, tive a honra de ser aluna desta grande educadora que é Tânia Fortuna. A disciplina de Música pra mim foi algo prazeroso de trabalhar como aluna e com os meus alunos. Na disciplina de Literatura Infantil percebemos
importância da contação de histórias, do estímulo, entonação e dos personagens. É muito importante contarmos as historias com emoção e também selecionarmos boas histórias que chamem a atenção dos alunos. Seminário Integrador inicia neste semestre com a compreensão do que é argumento e evidências. Também tem início , com o Seminário Integrador III, as minhas dores de cabeça uma vez que não obtive respaldo, do Município em que trabalho, para a publicação de imagens e comentários a respeito do trabalho realizado em sala de aula.

SEGUNDO SEMESTRE - EIXO 2

Saudade... quem diria que voltar e olhar para que foi construído com muito sacrifício me traria este sentimento. Mas enfim sou o que sou devido a este passado que precisa ser sempre pensado e muito valorizado. Bem, passando nas disciplinas que ocorreram neste semestre, percebi fatos importantes que até hoje influenciam na nossa educação. No material pedagógico oferecido nesta interdisciplina Escolarização, espaço e tempo na perspectiva histórica foi como mergulhar na história e possibilitar uma visão crítica e ampliar meus conhecimentos. A linha de tempo solicitada nesta interdisciplina foi de suma importância na elaboração do meu TCC(nono semestre) como forma de compreender os motivos pela qual a Educação de Jovens e Adultos- EJA esteve renegada por muitos anos no nosso país. Na Escola da Ponte, escola dos sonhos, percebi que é possível pensarmos uma escola para todos. No Manifesto dos Pioneiros conheci nomes importantes da educação no Brasil. Feliz fiquei com a interdisciplina de Fundamentos da Alfabetização, pois naquele período estava trabalhano com as séries iniciais e pude refletir e trazer para minha prática o Letramento. Trabalhar FREUD e identificar os diversos conceitos(inconsciente, repressão, complexo de Édipo, método de hipinose, sonhos) foram essenciais para complementarmos uma outra indisciplina: Infâncias de 0 a 10 anos.

domingo, 26 de setembro de 2010

PRIMEIRO SEMESTRE - EIXO 1

Minha visita ao meu Blog foi como entrar num túnel do tempo, apesar de iniciar as postagens, no Blog, apenas em 2007 por motivos de restrições do Município, senti uma emoção única. Só eu sei o que passei durante estes quatro anos no Município em que trabalho para realizar este curso.Desde uma foto negada até a não permissão do estágio. Mas voltando as postagens do primeiro semestre do curso, o que foi mais difícil para mim foi encarar a tecnologia, porém diante do comentário do professor Leonardo, logo no início, me fizeram acreditar que seria possível chegarmos ao final feliz. Não poderia deixar de transcrever ,aqui, estas palavras:

Postado por LEONARDO SARTORI PORTO em 21/09/2006 01:33
Márcia, para quem não está acostumada com computadores, voc~e está indo muito bem, meus parabéns! Das 10 atividades, voc~e realizou 8, então acredito que você se esforçado muito, mas conseguiu superar as dificuldades. Lidar com a informática é uma questão de hábito e você demonstra estar apta a adquirir este hábito. A sua página, no ROODA, sobre o Saramago está muito bem feita, meus parabéns! Continue assim e tudo dará certo. Um abraço, Leonardo.

Acessar a todas plataformas solicitadas foi muito complicado para mim, agora percebo como incomodei algumas colegas em especial a minha irmã de coração-Zilma- algumas tutoras do pólo que já nem atuam mais e desde já aproveito a oportunidade de agradecer de coração a Rose pela firmeza com que agiu comigo para que eu compreendesse a importância do uso das novas tecnologias e a querida Marga que com suas palavras carinhosas me incentivaram e me fizeram acreditar que é possível sonhar e alcançar nossos objetivos.



domingo, 27 de junho de 2010

REFLETINDO SOBRE A DÉCIMA SEMANA DE ESTÁGIO

Percebi nesta semana que o trabalho realizado com o jornal vem ajudando os jovens e os adultos a perceberem o mundo a sua volta e sobre os acontecimentos da atualidade. Diante de tantas transformações que estão acontecendo, como a exigência de novas competências do trabalhador, faz se necessário que o professor altere sua dinâmica, ou seja, uma educação baseada num processo de ação-reflexão-ação. Propor atividades de modo a tornar possível a análise crítica dos discursos presentes nos textos jornalísticos é fundamental para que os alunos possam identificar valores, ponto de vista e possíveis interesses políticos e econômicos.
Segundo Paulo Freire a leitura do mundo precede sempre a leitura da palavra. Ao mesmo tempo, nos esclarece que a leitura da palavra é precedida da leitura do mundo e também enfatiza a importância crítica da leitura na alfabetização, colocando o papel do educador dentro de uma educação, onde o seu fazer deve ser vivenciado, dentro de uma prática concreta de libertação e construção da história, inserindo o alfabetizando num processo criador, de que ele é também um sujeito.

REFLETINDO SOBRE A NONA SEMANA DE ESTÁGIO


Ao chegar à escola dia 7 de junho à noite, deparei-me com uma multidão de pessoas na escola e em minha sala três professores. Fui até a secretaria verificar o que estava acontecendo. Avisaram-me então que estava ocorrendo à entrega de boletins para o diurno e todas as salas estavam sendo ocupadas. Sendo assim os alunos da EJA estavam sendo avisados para subirem para a sala de vídeo assistir ao filme Lula, o filho do Brasil. Na hora fiquei furiosa pela falta de comunicação da escola, penso que poderiam ter me avisado na sexta-feira. Mas ainda bem que o filme compensou a troca de planejamento.
Refletindo sobre o uso de filmes na Escola penso que deva ser um espaço em construção de saberes vivos e dinâmicos e que faça sentido para quem ensina e para quem aprende. O processo de ensinar e de aprender é dinâmico e mutante, sendo professor também um aprendiz e o aluno também um transmissor de conhecimentos. Mas, só com uma ação reflexiva o trabalho pedagógico estará a serviço da transformação do homem em ser humanizado e humanizante.

REFLETINDO SOBRE A OITAVA SEMANA DE ESTÁGIO


Trabalhando com Charges


Refletindo sobre o trabalho com charges nesta semana, pude perceber quanto este recurso é importante em sala de aula, pois conhecer outros discursos, debater sobre a realidade e ter novas maneiras de expressar uma opinião, estando atualizado com o que está acontecendo ao seu redor contemplam as palavras do grande educador Paulo Freire que diz:“O processo de aprendizagem na alfabetização de adultos está envolvida na prática de ler, de interpretar o que lêem, de escrever, de contar, de aumentar os conhecimentos que já têm e de conhecer o que ainda não conhecem, para melhor interpretar o que acontece na nossa realidade” .

REFLETINDO SOBRE A SÉTIMA SEMANA DE ESTÁGIO

Refletindo sobre as atividades da semana percebo que alfabetizar adultos é uma tarefa difícil. Repetir com os adultos o que fazemos com as crianças é reforçar uma condição de subalternidade do adulto, fazendo-o regredir à condição de criança, ignorando todos os sentidos, o conhecimento, a maturidade, seus valores, as experiências já vividas por eles, como se isso nada valesse para o aprendizado. É como reafirmar a negação do direito de estudar a qualquer tempo e por toda a vida. Devemos refletir sobre os conteúdos, a metodologia e os materiais para que eles estejam de acordo com as necessidades e os interesses do mundo adulto com larga experiência de vida e conhecimentos diversos. Concluo com um pensamento de Tiago de Mello, que diz: Não, não tenho caminho novo. O que tenho de novo é o jeito de caminhar...

REFLETINDO SOBRE A SEXTA SEMANA DE ESTÁGIO

A semana iniciou com muita chuva e as consequências se refletiram na sala de aula. Na segunda-feira tivemos poucos alunos, pois muitos deles moram em torno da extensão do trem e em locais onde as ruas estão sendo melhoradas e em consequencia não conseguem sair de suas casas devido ao barro que toma conta das ruas. Na segunda-feira, então prosseguimos com o estudo do texto Canção do Exílio onde as palavras e a poesia chamou muito a atenção dos alunos. A elaboração da poesia foi sugestão de um aluno que me pediu que fizéssemos uma poesia assim. Aí a partir de uma estrofe da poesia solicitei que criassem o seu poema pensando no lugar onde moram.
A valorização cultural com ênfase nos aspectos culturais locais de cada região e a busca da solução de problemas locais de interesses do grupo, reflete o que Paulo Freire nos coloca :

“... um ser de relações “temporalizado e situado”, ontologicamente inacabado –
sujeito por vocação, objeto por distorção -, descobre que não só está na realidade,
mas também que estão com ela (...) o homem e somente o homem é capaz de
transcender, de discernir, de separar órbitas existentes diferentes, de distinguir o
“ser” do “não ser”; de travar relações incorpóreas. Na capacidade de discernir
estará a raiz da consciência de sua temporalidade, obtida precisamente quando
atravessando o tempo, de certa forma até então unidimensional, alcança o ontem,
reconhece o hoje e descobre o amanhã” (FREIRE, 1983, p. 62).

REFLETINDO SOBRE A QUINTA SEMANA DE ESTÁGIO

Nesta semana que iniciou recebi a aluna Selma no grupo da alfabetização. Percebi que ele está no nível silábico, isto é percebe o som das sílabas mais significativas nas palavras e utiliza uma letra para cada sílaba. Com este grupo de alfabetização trabalhei com palavras que já havíamos construído anteriormente. Escolhemos, também, o nome da Dona Selma para trabalharmos. Disse que uma palavra é formada por partes, dei o exemplo de uma casa, uma palavra também é assim. Vejam o nome da colega Selma. Ao juntarmos as letras L e S com as vogais, teremos novas sílabas. L- la, le, li , lo , lu, S – Sa , Se , Si , So, Su. Após a explicação teriam que procurar palavras, em jornais ou revistas, que começassem com as sílabas (LA/SA) e colassem no caderno.
Segundo Paulo Freire o método de educação deve ser construído em cima de idéias de um diálogo entre educador e educando, onde há sempre partes de cada um no outro, não poderia começar com o educador trazendo pronto, do seu mundo, do seu saber, o seu método e o material de fala dele.

REFLETINDO SOBRE A QUARTA SEMANA DE ESTÁGIO


Nesta quarta semana de estágio já posso dizer que já estamos criando vínculos de amizade, pois percebo os rostos alegres quando chego à escola. Nosso momento da leitura, também, já esta evoluindo não preciso convidá-los para retiraremos os diversos tipos de textos, já o fazem com satisfação e até ficam com eles mesmos quando o espaço, para leitura, já tenha terminado. Percebo isto no aluno Haroldo de 55 anos trabalhador da construção civil que mesmo que eu peça para concluirmos a leitura ele prossegue, porém outros não encontraram valor na leitura. Segundo Paulo Freire (1998) esses alunos precisam ser conscientizados da sua condição de vida e de trabalho na sociedade em que estão inseridos, pois esse ato é um dos meios pelos quais lhes será possibilitado à participação na luta pela melhoria de vida. Sabemos, ainda, que outros fatores são responsáveis pela rejeição que alguns alunos da EJA enfrentam ao estudo de texto, por exemplo: cansaço físico, alimentação inadequada e outros não possuem acesso a leitura. Procuro algumas vezes deixar os alunos livres, sem cobranças, em relação à leitura que realizaram, para que encontrem seus caminhos e o prazer da leitura. O momento da leitura da segunda-feira foi regado a bolachas doces o que teve uma recepção muito boa pelos alunos, pois alguns deles vêm direto do trabalho para escola.

domingo, 2 de maio de 2010

REFLETINDO SOBRE A TERCEIRA SEMANA DE ESTÁGIO

Minha reflexão sobre a terceira semana de estágio está pautada sobre a questão do ensino de história e geografia na EJA. Percebi, mais uma vez que, os ensinamentos do educador Paulo Freire se tornam muito presentes na minha prática. Segundo Paulo Freire o educador precisa partir do seu conhecimento e do conhecimento de vida do educando, caso contrário , o educador falha. Penso que devemos unir informações teóricas com as experiências de vida isto irá facilitar o processo de aprendizagem ao mesmo tempo em que os alunos vão se sentir menos tímidos, rompendo a idéia de estarem nos bancos escolares tardiamente.
Penso, também, que o ensino destas disciplinas e as demais devem ser pautados na pedagogia Freiriana, ou seja, na realidade do aluno visando à promoção da autonomia, da conscientização e da cidadania. A prática de ensino do professor deve considerar a condição de sujeito social, enfatizando o conhecimento prévio e real dos alunos, fazendo conexões entre os conteúdos e o saber adquirido pelas suas experiências de vida.


FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983.


OLIVEIRA, Marta Kohl. Jovem e Adulto como Sujeitos de Conhecimento e Aprendizagem. Revista Brasileira de Educação, Set./out./nove./dez: 1999, nº12, p.59-73.

domingo, 25 de abril de 2010

SEGUNDA SEMANA DE ESTÁGIO NA EJA

SEGUNDA SEMANA DE ESTÁGIO
Já estamos indo para terceira semana, mas as minhas reflexões ainda são da segunda semana. A cada dia que passa percebo como é desafiador e instigante o trabalho com jovens e adultos.O processo de alfabetização na EJA está ancorado em práticas indispensáveis de leitura e escrita que também são desenvolvidas com crianças das séries iniciais do Ensino Fundamental. Com isso não quer dizer que o professor vá trabalhar com os mesmos materiais e estratégias usados nas séries inciais do ensino fundamenbtal.Não faz sentido.Este portanto é um dos motivos que levam os mais velhos a fracassar e abandonar a escola. Temos que levar em consideração suas experiências de vida e suas expectativas em relação ao retorno a escolarização-o fracasso também deve ser levado em consideração. Outra estratégia de sucesso está na fala do professor. Conversar sempre com os alunos sobre as estratégias de aula, levando os motivos que levam organizar as atividades é um fator que garante a permanência do aluno em sala de aula. Portanto, o conhecimento sobre quem é o aluno das classes de alfabetização, e o desvelamento dos motivos que o fizeram retornar à escola são essenciais para um trabalho mais efetivo e respeitável para com estas pessoas que, por tanto tempo, foram lesadas dos seus direitos.

domingo, 11 de abril de 2010

A HORA DO ESTÁGIO 2

Depois de passar por uma longa espera para liberação do meu estágio e não conseguir resolvi realizá-lo no Município de São Leopoldo, onde fui prontamente atendida. Como estava muito preocupada com a questão de poder estagiar em algum lugar, não percebi o fato de que seria com uma turma da EJA - séries iniciais-. Então depois de algumas horas é que o pavor e o estranhamento tomaram conta de mim.
Na mesma noite, após aula presencial, fui pesquisar o material do semestre anterior. Reli alguns textos e pesquisei outros.Entre os textos que busquei, e utilizarei na minha prática, é de Oliveira que nos coloca que o tema “educação de pessoas jovens e adultas não nos remete apenas a uma questão de especificidade etária mas, primordialmente, a uma questão de especificidade cultural. O adulto, no âmbito da educação de jovens e adultos, não é o profissional qualificado que freqüenta cursos de formação continuada. Ele é geralmente o migrante que chega as grandes metrópole proveniente de áreas rurais empobrecidas, filho de trabalhadores rurais não qualificados e com baixo nível de instrução escolar(muito frequentemente analfabetos), ele próprio com uma passagem curta e não sistemática pela escola e trabalhando em ocupações urbanas não qualificadas, após experiência no trabalho rural na infância e na adolescência, que busca a escola tardiamente para alfabetizar-se ou cursar séries do ensino supletivo.
Na prática pedagógica da EJA é preciso ser levada em consideração os processos da aprendizagem e aquisição de conhecimentos dos adolescentes e dos adultos, embora os adultos sejam vistos com um diferencial dos adolescentes e crianças, pois estão inseridos no mundo do trabalho e em contextos culturais diferentes. Logo, possuem uma visão critica da leitura de mundo que, segundo o mesmo autor os educandos da EJA apresentam certas habilidades e dificuldades em relação à aprendizagem e conseguem estabelecer maior reflexão sobre os processos de aquisição de conhecimento.


Referência:
OLIVEIRA, Marta Kohl. Jovens e adultos como sujeitos de conhecimento e aprendizagem. Revista Brasileira de Educação, Set/Out./Nove./Dez.1999, nº 12, p.59-73.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

MEU ESTÁGIO

Chegou a hora!
Trabalho na Prefeitura Municipal de Campo Bom e minha carga horária é de 40 horas semanais,manhã e tarde.Este foi um dos motivos que optei em realizar meu estágio com uma turma da EJA, no turno da noite , no Município de São Leopoldo que, também , sempre me acolheu muito bem para realização das minhas práticas enquanto estudante do curso de Pedagogia da UFRGS.
A escola que irei estagiar se chama E.M.E.F.MARIA EDILA DA SILVA SCHMIDT e já tive oportunidade de atuar nela como oficineira da escola aberta.Conheci a professora da turma que irei atuar superficialmente, já marcamos um horário para que nesta semana possamos conversar mais efetivamente sobre o trabalho a ser desenvolvido e a turma.
Estou muito ansiosa para saber como será meu desempenho, pois meu objetivo é contribuir para que aqueles alunos se tornem cidadãos com oportunidades mais dignas e igualitárias na sociedade.